Sexta, 18 de Maio
A CST (a TMN cá do sitio :)) resolveu dar o dia de Sexta ao funcionários para que estes se podessem preparar para a festa a ter lugar no Sábado.
Para mim, isto significou mais um dia no fim de semana. Yeiii!
Aproveitando o dia, fui até ao mercado de São Tomé. Ainda não tinha tido oportunidade de lá ir e, como é considerado um dos locais tipicos da cidade, tinha curiosidade.
Infelizmente, para mim não foi uma grande experiência.
Não fui de forma nenhuma mal tratada ou importunada mas todo o ambiente era contrário à minha forma de ser e não conseguia ver a altura de sair dali.
Muita gente reunida no mesmo sitio, a falar alto, a discutir, constantemente a pedirem-me para comprar algo, a gritarem para eu não tirar fotografias...
Peixes no passeio, galinhas vivas à solta, tudo amontoado no caminho e caminhos que mal se destinguiam...
Típico sim, mas para mim nada atractivo. No entanto, aqui ficam as poucas fotos que tirei.
As motos, sempre muitas, ao redor do mercado
Peixe para venda, à mostra no passeio
A entrada do mercado velho. Existe um outro edificio chamado Mercado Novo, maior e com dois andares.
Até pode ser mais recente mas ninguém diria...
Interior do mercado velho
Depois de um momento menos conseguido, fui visitar a Fábrica de Chocolate Claudio Corallo. A fábrica só se pode visitar com marcação prévia e tive a sorte de ter como guia o próprio Sr. Corallo.
A visita é na verdade uma degostação de chocolate no laboratório onde ele desenvolveu as receitas tendo sempre como objectivo perceber o porque da amargura no cacau depois de tratado.
Assim,começamos por provar grãos de cacau torrados 100% puro , passando para pasta de cacau 100%, cacau 80% com grãos de açucar, e 75% com diferentes variações como por exemplo casca de laranja critalizada.
No grupo de visitantes, havía um senhor que só falava inglês e apesar de falar várias linguas, o Sr.Corallo não falava inglês. Acabei a servir de intérprete. No fim, comoagradecimento, o Sr. Corallo ofereceu-me a caixa de chocolates da foto abaixo! :)
Chocolate com passas de uva e destilado de polpa de cacau.
O destilado de polpa de cacau é o equivalente a aguardente feita a partir da polpa de cacau: há uma massa em volta dos grãos de cacau - polpa - e é esta massa que ele utiliza para fazer a aguardente.
No final, o dia não correu tão mal!
Sábado, 19 de Maio
São 8h30. Estou no Jardim Botânico preparando-me para iniciar a subida até a cratera Lagoa Amélia. Esta cratera é a do vulcão que deu origem à ilha de SãoTomé, há muitos, muitos anos atrás.
O vulcão está completamente extinto e a sua cratera está inundada, sendo a origem de vários rios que no seu decurso apresentam cascatas como a de São Nicolau.
Ao cimo da água várias plantas desenvolveram-se lançando raizes e construindo uma "teia" que permite andar por cima da cratera. No entanto, é necessário cuidado e atenção ao peso porque com facilidade nos podemos afundar.
A sensação ao pisarmos esta "teia" é a de estarmos a andar sobre um colchão de água.
A profundidade da cratera ainda não é conhecida pois até à data nunca se conseguiu tocar no fundo.
O caminho até à Lagoa Amélia foi percurrido a pé em 1h30 a subir até à cratera, e em 1h a descer de volta ao Jardim Botânico. Seguem-se as fotos.
Ínicio do trilho que leva até à Lagoa Amélia
A primeira zona que encontramos é a zona tampão. Eles chamam-lhe assim porque é a zona mais plana onde podem plantar.
Na foto, uma plantação de feijão-verde
Placa a indicar o Caminho Fugido: quando os presos fugiam da prisão utilizavam este caminho mais longo para chegar até à cratera e passar para ooutro lado da ilha
Um escaravelho muito bem criado!
Figo Obata ou Figo Estrangulador. A semente desta figueira não se dá na terra. Ao invés, quando os passaros as largam noutras árvores, alimentam-se delas, lançando as raizes até estas cegarem ao chão, e lentamente estrangulam o hospedeiro até o materem por completo.
Imagem das raizes do Figo Estrangulador. Neste caso, o hospedeiro já foi completamente absorvido.
Neste campo de cultivo está uma plantação de cenouras
Aqui podemos ver umexemplo de mata-bala. É muito parecido com a batata, mas mais esbranquiçado. É utilizado na culinária tal como a batata.
Nesta parte do caminho os ramos arquearam fazendo uma passagem quase coberta.
Aqui termina a zona tampão - de cultivo - e começa o parque natural de Obô de São Tomé
MUSSINICA: a casca desta árvore é utilizada para tratamento do cancro da prostata, tanto a nívelde medicina tradicional como pela industria farmaceutica
QUEBRA MACHADO: madeira dura e bastante resistente utilizada na construção dos caminhos de ferro das roças
ZAMUMO: a madeira desta árvore é utilizada na contrução
Cacau de Macaco: fruto de uma liana bastante grossa - chega a parecr um tronco de árvore, e que é consumido pelos macacos.
CUBANGO: planta medico-mágica contra os maus olhos (mau olhado) :)
MACAMBARA: mais forte que o pau de cabinda, tem o mesmo propósito. ;)
PAU TRÊS: para além de afrodisiaco, serve também para aliviar dores de barriga, tosse e vómitos
GUÊ GUÊ FALSO: planta endémica de S.Tomé, masserando os ramos, a pasta serve para massajar a zona evolvente a fracturas osseas, ajudando na recuperação
À direita, cratera Lagoa Amélia, que fica 1475m de altura
À esquerda, trilho para alcançar o Pico S. Tomé (2024m) e para a Roça Bombaim (5h a pé)
O bambu foi introduzido na ilha para ajudar a segurar o solo. Hoje está espalhado por todo o lado.
A varanda para a cratera Lagoa Amélia, lá em baixo
Um exemplar da begónia gigante
Na base da cratera
O guia avançou até ao centro da cratera para mostrar com uma vara comprida que não se consegue tocar no fundo.
Eu não o acompanhei porque , devido ao terreno, teria ficado com água até ao joelho
À primeira vista até parece terra firme mas é pura ilusão de óptica! :)
Põe-se o pezinho em cima deste terreno e parece que estamos a pisar um colchão de água.
É fácil ficar com água até meio da perna ou até ao joelho.
Novamente na varanda da cratera, pode ver-se a ainda densa floresta do parque Obô em volta, e os seus vários tons de verde
Às 10h30 da manhã ainda é possivel ver as gotas de orvalho nas folhas das plantas rasteiras
Cansada, a escorrer "água" mas contente! :)
E antes que perguntem, eu já estou morena, a fotografia é que não permite ver.... E a base de partida também não ajuda..
O caminho de volta, agora sempre a descer. Parece mais fácil, não é? Bem, não cansa tanto mas de fácil não tem nada. Os meus joelhos que o digam: no final parece que tinham vida própria!!
Depois desta caminhada, voltei ao hotel e almocei camarões com lulas em molho d'alho. Boa? :) E descancei o resto do dia porque eu não fiz mal a ninguém!!
Domingo, 20 de Maio
Hoje apesar de ser Domingo, não choveu. :)
Esteve até um dia muito agradavel e, como tal, depois do pequeno almoço... PISCINA!!
Mas finda a bela manhã de descanso, fiz-me à estrada novamente, desta vez para ir até à roça Bombaim passando pelas cascatas.
O caminho começa por ir até Trindade, viro para Cruzeiro e depois é sempre em frente! (segundo as informações do guia). Em Trindade têm o cuidado de por placas, o que o turista agradece:
Cruzeiro: 2ª à esquerda
A estrada alcatroada, bastante boa entre Trindade e Cruzeiro, depressa acaba e temos novamente caminho todo-o-terreno para por mais uma vez o carro à prova! :D (hehe)
Sempre vegetação cerrada de um lado eoutro da estrada
A estrada sempre à beira do precipicio...
... e sempre um curso d'água por perto
Uma árvore tombada pela raíz na berma de uma curva
Há sempre água a escorrer pelas pedras do caminho
E apesar do tamanho da árvore, estou a olhar para a sua copa d frente. Imaginem a profundidade!
Sempre uma mata densa, em vários tons de verde
É assim o caminho: estrada todo-o-terreno, verde de um lado e outro, e por vezes até por cima!
A caminho da Roça Bombaim existem duas cascatas grandes - não tão grandes quanto a de S. Nicolau - mas uma está fora do alcance de vista, sendo possivel apenas ver o rio que se segue
A outra é visivel da estrada, mesmo numa curva! Primeiro chama a atenção o riacho cheio de pequenos declives
Depois vimos a cascata.
Primeiro escondida no arvoredo, a seguir encontramos o trilho que nos permite aproximar e é um espanto!
Promenor da queda de água
Após passar as cascatas, foi mais 5min e estava na Roça Bombaim.
Esta roça foi aproveitada para turismo, tendo a antiga Casa Grande sido convertida em pousa. Pode também almoçar-se apenas, a comida é bem boa.
As traseiras da casa grande
A serra por detrás da casa, um pouco enublada!
A sala de estar, logo na entrada
O jardim em frente da Casa Grande, muito agradavel e bem cuidado
A Casa Grande.
O meu pópó é o azulinho, à direita, meio tapado pela vegetação. É uma panderetazinha mas vai a todo o lado, nem que tenha que ser a 10Km/h...!
Estas casas provavelmente eram dos feitores e administradores. Hoje, apesar do aspecto degradado, são habitadas pelos trabalhadores da roça.
(Esta parte está fora do complexo turistico)
E assim terminou a visita à Roça Bombaim, passando pelas suas cascatas e fazendo mais uma viagem pelo interior da ilha.
E claro, sendo Domingo era de esperar que o tempo "fechasse". À hora que acabo de escrever mais este post, ainda não choveu mas já trovejou!...
Inté à próxima.